A síndrome de Brasília
"A escala das pessoas em Brasília é um retumbante fracasso. O espaço urbano é grande demais e nada convidativo, os caminhos são longos, retos e desinteressantes e os carros estacionados impedem caminhadas agradáveis no resto da cidade."
GEHL, Jan. Cidades Para Pessoas. Tradução Anita Di Marco. São Paulo, Perspectiva, 2013, p.
Grupo de Pesquisa Cidade para Pessoas - UFT
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Três Praças e Uma Pergunta:
É possível suavizar a escala da Praça dos Girassóis?
A imagem retrata as Praças Vermelha (Moscou), São Pedro (Cidade do Vaticano) e dos Girassóis (Palmas, TO) inseridas em escala aproximada. Interessante notar que a Praça Tocantinense (com 0,56 km²) é maior do que a totalidade da Cidade-Estado do Vaticano (0,44 km²).
A imagem retrata as Praças Vermelha (Moscou), São Pedro (Cidade do Vaticano) e dos Girassóis (Palmas, TO) inseridas em escala aproximada. Interessante notar que a Praça Tocantinense (com 0,56 km²) é maior do que a totalidade da Cidade-Estado do Vaticano (0,44 km²).
Palmas é uma cidade para pessoas???
O centro urbano das cidades.
"A maioria dos centros urbanos mede um quilômetro quadrado, o que permite aos pedestres alcançar todos os serviços urbanos andando um quilômetro ou menos." (GEHL, Jan., p. 121)
Vejam alguns exemplos.
GEHL, Jan. Cidades Para Pessoas. Tradução Anita Di Marco. São Paulo, Perspectiva, 2013. p. 121.
"A maioria dos centros urbanos mede um quilômetro quadrado, o que permite aos pedestres alcançar todos os serviços urbanos andando um quilômetro ou menos." (GEHL, Jan., p. 121)
Vejam alguns exemplos.
E como estão nossas fachadas???
Um estudo das ruas comerciais de Copenhague, feito em 2003, mostra que o nível de atividade em frente a uma fachada ativa é sete vezes maior do que diante de fachadas passivas.
Na frente de fachadas abertas e ativas, havia uma clara tendência de os pedestres diminuírem o passo e voltarem a cabeça em direção à fachada; com frequência, eles paravam. Diante de trechos de fachadas fechadas, o ritmo da caminhada foi significativamente mais rápido, havia menos viradas de cabeça e menos paradas. Concluindo, pode-se ver que com o mesmo fluxo de pedestres nos trechos de ruas com fachadas ativas foi sete vezes maior do que o nível de atividade em frente às passivas.
Conclusão: sete vezes mais vida diante de fachadas ativas. (GEHL, Jan., p.79)
Um estudo das ruas comerciais de Copenhague, feito em 2003, mostra que o nível de atividade em frente a uma fachada ativa é sete vezes maior do que diante de fachadas passivas.
Na frente de fachadas abertas e ativas, havia uma clara tendência de os pedestres diminuírem o passo e voltarem a cabeça em direção à fachada; com frequência, eles paravam. Diante de trechos de fachadas fechadas, o ritmo da caminhada foi significativamente mais rápido, havia menos viradas de cabeça e menos paradas. Concluindo, pode-se ver que com o mesmo fluxo de pedestres nos trechos de ruas com fachadas ativas foi sete vezes maior do que o nível de atividade em frente às passivas.
Conclusão: sete vezes mais vida diante de fachadas ativas. (GEHL, Jan., p.79)
Rua 100% sombreada em Palmas... olha o exemplo ai
Essa postagem vem a fazer link com uma postagem da Prof ª Dr. ª Patricia Orfila nesse mesmo blog sobre ruas com árvores. segue o link http://gpcidadesparapessoas.blogspot.com.br/2013/09/arvores-para-cidades.html
Prosseguindo, essa postagem me fez lembrar de uma rua apresentada a mim pela minha querida parceira e namorada. Ela achou a rua meio que sem querer logo me apresentou sabendo do meu interesse. Assim que estava me encaminhando para a rua confesso que não estava botando muita fé que seria tudo que ela falou, afinal de contas seria algo único em Palmas-TO.
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Vista da esquina do trecho sombreado - Foto: Renato Perelopes |
Chegando na esquina da rua tive uma agradável vista mas que porem ainda não tinha impressionado tanto visto que eu ainda não estava na sombra da mesma e não tinha sentido toda a sua graça. Porem bastou andar mais um pouco para a mesma que pude realmente sentir a diferença de uma rua inédita para mim em Palmas. Depois disso não tinha mais o que falar a não ser aproveitar e invejar os moradores da rua.
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Aproximando da sombra - Foto: Renato Perelopes |
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Foto: Renato Perelopes |
Agora aproximadamente 8 anos depois da primeira muda plantada a rua segundo o mesmo Antônio Leonardo passa suas tardes e noites (fotos tiradas meio dia) tomadas por crianças que curiosamente não são dessa rua e sim de outras próximas. Atualmente o idealizador da ideia está comprando um soprador para juntar as folhas que caem a pedido de alguns moradores. Ele mesmo está bancando pessoalmente o aparelho.
Agora visto como precisamos de espaços assim aqui em Palmas tente fazer o link de uma rua sombreada, com crianças brincando e casas com muros como na foto abaixo também tirada na 1007 Sul.
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Casa com grade - Foto: Renato Perelopes |
Se você conseguiu fazer esse link na sua cabeça viu que sensação de segurança. conforto maior que essa é muito difícil de se conseguir em uma rua. Olhe para a primeira foto dessa postagem e para a penúltima. Sinto como o clima é perceptível até visualmente. A primeira foto te transmite sensação de calor que a ultima foto não te passa.
Você que está lendo essa postagem faça o mesmo. Plante uma árvore na sua calçada, convença seu vizinho a fazer o mesmo. Você terá em poucos anos uma rua cheia de vida e com um microclima invejável em Palmas.
Obrigado a quem leu esse post até aqui.
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Grato,
Renato Perelopes
Intervenção - Que as cores deem vida então
A 2 meses atrás o já crescidinho cachorro que ganhei me deu bons motivos para começar a frequentar a praça perto de casa aos fins do dia que consigo estar em casa e leva-lo para passear. E logo ele me levou a perceber que não é de fato nossas quadras terem baixa densidade a causa de nossas praças vazias, visto que quando ainda um garoto o quiosque ser ocupado por uma sorveteria, e a escola que ocupa o mesmo terreno ter seus limites impostos por grades, já era motivo mais que suficiente para passar minhas tardes lá. Hoje o mesmo quiosque ocupado por um boteco com publico "seleto", o colégio com muros de 3 metros não atraem nem mesmo as crianças mais novas a deixar o espaço vivo. O cenário as 17:30 da tarde não é nada animador. Precisei tirar uma foto.
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Praça da 904 Sul ás 17:30. Foto: Renato Perelopes |
Olhando a foto posteriormente vi que a impressão que tive pessoalmente fica pior na foto. E conhecendo a praça na palma da mão como conheço (já são 20 anos), reparei que nem os bancos eram possíveis ser vistos na foto. Me instiguei a fazer algo.
Comecei a raciocinar algo que poderia fazer com que a praça mesmo vazia de pessoas pudesse colaborar com a paisagem seca dessa época do ano e de fácil intervenção. O resultando fará com que os passantes da quadra olhassem para algo com curiosidade e astúcia de quem está vendo algo não comum em Palmas. Primeira coisa que veio foi colorir os bancos de cores distintas para que as pessoas observassem que embora não pareça, a praça tem sim lugares sombreados para sentar.
Após finalizar virtualmente a coloração dos bancos reparei que o muro do colégio que já foi motivo de orgulho para a praça hoje precisa de algo que o deixasse não com cara de barreira física, mas sim com algo que amplie a experiência de quem o admira. Para isso o grafite ou qualquer outro tipo de expressão artística seria usada na parede.
Bem, chega de texto. Abaixo segue a fotografia da vista atual e a com a humilde intervenção desse rapaz aqui.
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Fotografia original. Foto: Renato Perelopes |
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Fotografia pós intervenção. Foto: Renato Perelopes
Grato a quem leu esta postagem até aqui. Colabore com nosso blog. Comente, divulgue de sua opinião.
Renato Perelopes
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Correntes da multidão
"Estas centenas de milhares de pessoas, de todos os Estados e de todas as classes, que se apressam e se empurram, não serão todas seres humanos possuindo as mesmas capacidades e o mesmo interesse na procura da felicidade? E não deverão, enfim, procurar a felicidade com os mesmos métodos e processos? E, contudo, estas pessoas cruzam-se apressadas como se nada tivessem em comum, nada a realizar juntas, e a única convenção que existe entre elas é o acordo tácito pelo qual cada uma ocupa sua direita no passeio, a fim de que as duascorrentes da multidão que se cruzam não se constituam mutuamente obstáculo; e, contudo, não vem ao espírito de ninguém a idéia de conceder ao outro um olhar sequer."
(ENGELS: 1985, 36)
O desmanche da paisagem
“Ainda que pairem lugares de desolação, a idéia de plano,
isto é, a tentativa de uma moldagem mais consciente do futuro é sempre uma seta
que aponta para o otimismo. Otimismo com determinação e suor. Por sorte, há ventos a favor: jornalistas,
escritores, artistas, cientistas, enfim, muita gente querendo frear as orgias
do capital, que por sua vez não é menor que a do arbítrio livre demais de
incontáveis cidadãos. Felizmente, nem todos se rendem aos desmandos do sistema.
São pessoas trabalhando, silenciosamente ou não, na construção de um país mais
digno, procurando não sucumbir às forças contrárias, muito mais armadas. Este
escrito navega pela construção da identidade espacial e tenta ser trabalho de
resistência, pois sabemos de antemão que modificar o amplo sentido da paisagem
equivale a mexer no âmago da sociedade.” (YÁZIGI, p. 11)
YÁZIGI, Eduardo. A alma do lugar –
turismo, planejamento e cotidiano em litorais e montanhas. São Paulo:
Contexto, 2001.
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