“Ainda que pairem lugares de desolação, a idéia de plano,
isto é, a tentativa de uma moldagem mais consciente do futuro é sempre uma seta
que aponta para o otimismo. Otimismo com determinação e suor. Por sorte, há ventos a favor: jornalistas,
escritores, artistas, cientistas, enfim, muita gente querendo frear as orgias
do capital, que por sua vez não é menor que a do arbítrio livre demais de
incontáveis cidadãos. Felizmente, nem todos se rendem aos desmandos do sistema.
São pessoas trabalhando, silenciosamente ou não, na construção de um país mais
digno, procurando não sucumbir às forças contrárias, muito mais armadas. Este
escrito navega pela construção da identidade espacial e tenta ser trabalho de
resistência, pois sabemos de antemão que modificar o amplo sentido da paisagem
equivale a mexer no âmago da sociedade.” (YÁZIGI, p. 11)
YÁZIGI, Eduardo. A alma do lugar –
turismo, planejamento e cotidiano em litorais e montanhas. São Paulo:
Contexto, 2001.