Uma questão de escala


"O contato entre edifícios e a rua é possível nos primeiros cinco andares. O contato com a cidade rapidamente se dissipa a partir do quinto andar, com a interface de contato passando para vistas, nuvens e aviões."

Essa forma de enxergar a arquitetura na escala humana lhe foi passada já na universidade?

Eu me graduei em 1960. Era um arquiteto comum, vindo da escola de arquitetura de Copenhague, que por alguns anos teve trabalhos bem comuns, em escritórios de arquitetura. Casei com uma psicóloga em 1961, Ingrid Gehl, e começamos a discutir em casa sobre nossos trabalhos. Um dia minha esposa me perguntou: por que vocês, arquitetos, não estão interessados em pessoas? Vocês estão muito interessados em formas, mas vocês não sabem nada sobre as pessoas. Achei que ela estava certa. E começamos a estudar mais sobre essa ligação entre arquitetura, psicologia e sociologia. Isso se desenvolveu em meus quase 50 anos de devoção para estudar cidades para as pessoas.


GEHL, Jan. Cidades Para Pessoas. Tradução Anita Di Marco. São Paulo, Perspectiva, 2013.



Foto: POR MAIS CIDADES PARA PESSOAS!

"O  contato entre edifícios e a rua é possível nos primeiros cinco andares. O contato com a cidade rapidamente se dissipa a partir do quinto andar, com a interface de contato passando para vistas, nuvens e aviões." 

Essa forma de enxergar a arquitetura na escala humana lhe foi passada já na universidade?

Eu me graduei em 1960. Era um arquiteto comum, vindo da escola de arquitetura de Copenhague, que por alguns anos teve trabalhos bem comuns, em escritórios de arquitetura. Casei com uma psicóloga em 1961, Ingrid Gehl, e começamos a discutir em casa sobre nossos trabalhos. Um dia minha esposa me perguntou: por que vocês, arquitetos, não estão interessados em pessoas? Vocês estão muito interessados em formas, mas vocês não sabem nada sobre as pessoas. Achei que ela estava certa. E começamos a estudar mais sobre essa ligação entre arquitetura, psicologia e sociologia. Isso se desenvolveu em meus quase 50 anos de devoção para estudar cidades para as pessoas.


GEHL, Jan. Cidades Para Pessoas. Tradução Anita Di Marco. São Paulo, Perspectiva, 2013.

CAMPO SOCIAL DE VISÃO

Levando em consideração que o nosso campo social de visão aqui em Palmas a partir de uma avenida é de 600 a 700 metros, podemos constatar que o desenho urbano de Palmas não foi feito para pessoas.

Patrícia Orfila.

"Podemos ver as pessoas a 100 metros de distância e se a distância for menor, podemos ver um pouco mais. Mas a experiência somente se torna interessante e emocionante a uma distância de menos de dez metros, e de preferência a distância ainda menores, quando podemos usar todos os nossos sentidos."

Arq. Jan Gehl.