Acervo: Patrícia Orfila.
Durante três meses em 2010 passei a utilizar a bicicleta como meio de transporte da minha casa à UFT (10km). Fiquei bastante empolgada no início, ganhei dois amigos adeptos que passaram a fazer o mesmo. Fui desanimando da empreitada por diversos motivos, mas o principal deles foi o calor de Palmas e a completa ausência de cobertura vegetal capaz de minimizar a condição climática local.
Vou enumerar outros motivos:
- O trânsito perigoso de Palmas (com destaque à travessia mortal de rotatórias) ;
- Pouquíssimo trechos de ciclovia adequados à boa pedalada;
- Ingestão da poluição expelida pelos veículos sobretudo nos horários de pico;
- Desrespeito dos motoristas com os ciclistas;
- Iluminação urbana completamente inadequada;
- Falta de banheiros com chuveiro e bicicletários na UFT;
- Desânimo por me sentir solitária nesta ideia.
Acredito que o problema do transporte está diretamente ligado às nossas práticas predatórias, mas confesso que estar sozinha neste movimento é angustiante.
Incentivar o uso da bicicleta como parte da solução para o caos urbano faz parte dos objetivos de quem pensa no mundo não apenas para si, mas para as futuras gerações.
Em Palmas o movimento pela bicicleta como meio de transporte é quase zero - a não ser quando ela é a única opção (a população mais humilde faz uso diário deste modo de transporte, sobretudo vindo dos bairros Aureny´s e Vila União para o centro da cidade). Eu sei de alguns poucos solitários que podem comprar um carro, mas usam a bike como solução e estilo de vida, mas esses casos são raríssimos por aqui.
Quem sabe este espaço pode ajudar a unir os adeptos à magrela em Palmas - Tocantins.
Patrícia Orfila